sábado, 25 de maio de 2013

Tento, todos os dias, entender por que as pessoas morrem


Desde pequena, quando tive a minha primeira perda – que acredito ter sido a minha bisavó que morava na nossa casa, a avó Dolores – tento entender por que as pessoas morrem. Por que elas nascem todo mundo sabe. Tudo bem, eu já acreditei na teoria da cegonha, mas hoje sei que foi é só teoria mesmo. Mas por que elas morrem?

Minha mãe me ensinava que a teoria religiosa da vida, reprodução e morte. Meus professores me ensinavam a teoria que a biologia prega. E aí minha cabeça dava um nó. Tinha horas que eu não queria entender. Só que o pior de tudo é que o tempo passou e a minha cabeça permaneceu num nó.

Há poucos meses eu perdi um grande ídolo: um tio querido que ia todos os dias na minha casa, tomava café da manhã comigo, adorava conversar sobre tudo com a “sobrinha malcriada” (sim, era assim que ele me chamava, porque eu falo o que eu penso) e, principalmente, tirar onda da minha cara. Esse era o tio Beto. Mas até então, muitos parentes, amigos, pessoas tão maravilhosas e próximas de mim já tinham partido. Hoje, no entanto, com a notícia do falecimento de uma pessoa que tanto fez o bem aqui em Garopaba, me questionei novamente sobre o porquê da morte.

O fato é que buscamos acreditar que a morte seja uma passagem para um novo plano, para uma nova fase, para um lugar onde não haja dor nem sofrimento. Neste lugar só se pratica o bem, só há o bem. Enfim, que seja próximo de Deus ou de qualquer outra energia tão maravilhosa que nos faça levitar – quando estou próxima de algo maravilhoso é como se eu levitasse.

E aí eu chego a conclusão de que só pessoas tão maravilhosas são capazes de chegar neste estágio. A minha bisavó e o meu bisavó (avós paternos da minha mãe), a minha avó paterna, os meus primos, os meus tios, os meus amigos e todas aquelas pessoas tão amadas que já se foram.

Eu sou católica, nascida e batizada nesta religião. Tenho vários outros sacramentos desta doutrina também. Mas eu acredito em outras pregações, como a do espiritismo, que trata da reencarnação. Só não vou entrar nestes detalhes, afinal já recebi ofensas e “homilias” por alegar isso. Eu não tenho medo de admitir as minhas crenças, só evito alvoroços.


Mas, embora ainda seja confuso entender o sentido da morte para mim, só espero ter a chance de ser tão maravilhosa a ponto de chegar num lugar assim, espetacular. Espero ser recebida por estas pérolas, as minhas preciosidades que estão em harmonia comigo através do espírito.