quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Família construída sobre os pilares da adoção


Maria Izabel Gonçalves, 61, e o esposo, Batista Gonçalves, 62, optaram pela gestação indeterminada, conforme denominam o período de adoção. Hoje são pais de três filhos, avós de duas meninas e aguardam a chegada do quarto filho.

Batista (E), Gislane e Mª Izabel


As tentativas para que ela fosse mãe e ele pai não foram poucas, sequer fáceis. Exames para diagnosticar uma possível causa por ela não engravidar foram feitos, e em montes.

Tratamentos foram feitos, e muitos, de todas as formas que conseguiram. Mas Izabel não sabia que possuía endometriose, uma espécie de transtorno ginecológico que dificulta a fecundação do óvulo. Foi quando o médico sugeriu que ela e o esposo procurassem a adoção.

- O médico nos disse: “Às vezes a gente busca tanto alguma coisa e passa trabalho, enquanto têm tantas crianças em busca de pais”. – lembrou Maria Izabel.

Quando optou por adotar um filho, o casal se perguntou se estava realmente preparado para dar este passo. Maria Izabel avalia esta “gestação por tempo indeterminado” mais delicada, pois é preciso refletir com mais cautela.

- Quando vai adotar, tu tens que estar preparada de coração. Pode-se esperar por um, dois ou dez anos. Mas eles sempre vêm na hora certa – comentou.

Um ano e meio depois de se candidatarem para adotar um bebê, Izabel e Batista foram chamados para conhecer a primeira filha. A menina de dois meses, nascida em 1981, foi batizada de Gislene Gonçalves.

Em casa, tudo foi preparado, ao longo desta “gestação indeterminada”, com muito amor para receber a bebê.

- Tinha cinquenta e duas pessoas na nossa frente (para adotar). Mas ela tinha que ser a nossa filha. E a nossa história foi muito forte – contou a mãe, emocionada.

Sete anos depois da chegada da primeira filha, era a vez do nascimento de Marcelo na família Gonçalves. Ele viria para ser o “bendito entre as filhas da casa”. Mais tarde veio a caçula, em 1998.

A relação daquela família que, literalmente, teve seus pilares construídos com tanto esforço, viveu uma história marcada pelo amor incondicional, mas, sobretudo, pela perda indescritível do único menino da casa. Após sofrer um acidente, em 2007, na volta de uma festa, Marcelo e outros dois colegas faleceram. Foi nesse momento de tanta dor e sofrimento que Maria Izabel e Batista tiveram ainda mais certeza da vontade de acolher outro filho.

- Desde a chegada da nossa caçula, nós já registramos nossa vontade de sermos pais de mais um menino – compartilhou Izabel.

Hoje, aos 61 anos, é mãe de três filhos – embora Marcelo tenha falecido, permanece vivo no coração da família - e avó de duas meninas. Maria Izabel e Batista se preparam e ajustam a família para quando o mais novo membro chegar.



Matéria elaborada para a disciplina de Convergência das Mídias, do 6º semestre do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo - UNISUL, sob a supervisão da professora Ana Paula Bandeira.
A matéria também foi publicada na edição nº 20 do Jornal Impresso Catarinense.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Gosto pelo que é gostoso


Hábito: Thayse lê e, espelhada nela, a pequena Dani, de um ano e meio, já escolhe quais historinhas quer que a mãe leia para ela


Foto: Ilustração



Especialistas discursam que hoje o mundo gira ao redor da tecnologia e da internet. E que este fator acaba diminuindo o contato das pessoas com “coisas” que antes eram muito próximas da realidade do homem. O hábito da leitura, por exemplo, é um dos mais comentados quando este assunto é tratado. Por isso, profissionais da educação como, Thayse Vasconcelos, buscam alternativas para despertar o desejo de ler já nas séries iniciais.
Desde pequena Thayse tem o costume de ler. Antes de “juntar as letrinhas”, conforme denomina o ato de aprender a ler, os pais dela sentavam na beirada da cama, todas as noites, para narrar a história de cada um dos livros de suas coleções.
- Sempre tivemos livros de todos os tipos em casa. E meus pais liam clássicos infantis na hora de dormir. Quando consegui juntar as letrinhas passei a explorar os livrinhos. Em minha casa eles eram dados de presente – conta.
Com a pedagogia introduzida na sua vida, Thayse procurou ler ainda mais e os mais variados segmentos, desde jornais até os livros mais técnicos. Diante dos atropelos do dia a dia, o Diário Catarinense é a preferência dela todas as manhãs. Mesmo assim procura ler os clássicos da literatura brasileira, além dos romances, que tanto adora.
Garante que, desta forma, além de informada, terá boa desenvoltura na escrita e leitura, além de aprender com as experiências contextualizadas em cada história.
- Por isso sempre tive facilidade para escrever. Me saia bem, inclusive, nas redações de vestibular. A leitura facilita nossa expressão através das palavras – salienta Thayse.
Mesmo tendo deixado as salas de aula para coordenar uma rádio, Thayse procura introduzir as técnicas da pedagogia no ambiente de trabalho, facilitando o contato com os colegas, e, principalmente, com a filha, Daniela, de um ano e meio.
Este hábito da mãe já é adquirido pela filha. Condição esta que, para ela, é realmente passada de pai para filho. Na cesta de brinquedos da pequena Dani, por exemplo, há incontáveis volumes de histórias. Independente, ela mesma escolhe um livro, de acordo com as suas preferências.
- Ela pega e traz para eu ler para ela. Ela mesma já tenta contar a história.  Hoje, com I-phones, I-pads, computadores, nosso acesso à informação é ainda mais amplo. Mas nada se compara ao cheiro de um bom livro – finaliza.


Matéria feita para a disciplina de Narrativas Jornalísticas, do 6º semestre do curso de Jornalismo.