segunda-feira, 15 de julho de 2013

O poeta que se apaixonou por Garopaba


João Batista Rezende, 57, gaúcho, é autor do livro Lugar de Barcos, lançado em maio deste ano

Por trás de fios de cabelos grisalhos há um poema ou uma poesia. Seria ainda mais coerente dizer que por trás de tudo o que João Batista Rezende diz ou pensa há um poema ou uma poesia. Gaúcho, radicado em Garopaba há mais de trinta anos, o homem que chegou na cidade junto com o turismo hippie é autor do livro Lugar de Barcos, que em Guarani significa Ygarampaba, ou Garopaba.

Intercalado com textos de Fernando Pessoa e Henrique do Valle, entre outros autores renomados do Brasil e do mundo, Rezende busca retratar a realidade de sua vida e da pequena cidade, há poucos anos ainda vila de pescadores. Retrata pessoas e momentos. Fala, por exemplo, do grande pescador garopabense, Sebastião, o chamando de Mestre e demonstrando saudades do primeiro amigo feito na terra eleita para morar.

Lugar de Barcos foi lançado na 2ª Feira do Livro, realizada na cidade desde 2012. Para dar corpo ao sonho vivo do autor houve a colaboração do desenhista da cidade, Licínio, além da organização e design do historiador Fernando Bittencourt, representante do Movimento Açoriano de Resgate – MARÉ.
- Tem de tudo aí, pra fazer uma homenagem ao lugar que eu amo – descreveu João Batista Rezende, sobre o livro.

O poeta

Autodidata, ex-funcionário de rádio, TV e jornais impressos, integrante do Círculo do Livro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, João Batista Rezende nasceu em 11 de fevereiro de 1956, na cidade de Restinga Seca, na época pertencente à cidade de Santa Maria. Aos dois anos se mudou, junto à família, para a capital gaúcha, onde viveu até os 12, quando ficou órfão de mãe. Na ocasião, foi morar em Cachoeirinha do Sul com os avós maternos e a única irmã. E o hábito da leitura surgiu ainda na infância.

- A minha televisão eram os livros. Porque naquela época ainda não existiam os aparelhos – lembrou Rezende.

Por volta dos 17 anos começou a se interessar por arte. Foi quando manteve um círculo de amizade rico em cultura. Eram quatro amigos: os gêmeos Tiaraju e Ubiratan, artistas plásticos e bonequeiros; Eduardo Vieira da Cunha, artista plástico; e o agora garopabense.



Rezende é filho de cantora e integrante de grupo de teatro religioso e neto de pianista e de professor de Xadrez. Foi, inclusive, um dos precursores do Rock’n Roll na cidade de Porto Alegre, sendo mascote da banda Tim Top’s, liderada por Gerry Marquêz, Kiko e Renato Chaves. Além disso, ajudou a fundar o grupo de teatro Ói nóis aqui traveiz, inspirado no disco Demônios da Garoa, de propriedade do diretor do grupo, Paulo Flores.

Heloiza Abreu
Matéria publicada na edição 250 do Jornal da Praia Garopaba.

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