É impossível garantir, mas a
impressão é que o que foi dito e o que aconteceu na Jornada Mundial da
Juventude foi premeditado. As teorias criadas foram as mais variadas. Uns
acreditam em destino, outros em outras crenças e alguns em nenhuma delas. Mas o
que todos têm certeza é que maldade não houve. Ao contrário: tudo, tudo mesmo,
visou o bem para todos.
A postura de poder supremo, tanto
da razão, quanto do dinheiro e de muitas outras coisas, precisou ser
desmistificada. A Igreja Católica se viu na obrigação de dar um golpe nas
próprias crenças para voltar a ser detentora do espaço que possuía
anteriormente na sociedade.
Durante muito tempo, e devido
muitas razões, esta mesma religião perdeu crédito com a sociedade por não se
atualizar a realidade que as pessoas começavam a se inserir. O mundo evoluiu.
As comunidades mudaram. As crenças e culturas deram novos passos. Mas o
catolicismo não acompanhou, seja por não conseguir seguir o ritmo com que a
sociedade mudou, por não sentir necessidade mudar, ou por qualquer outra coisa.
Vejam que a sociedade clama por
pessoas mais humildes; aceitou e respeitou a homossexualidade, bissexualidade,
transsexualidade e todas as outras opções sexuais existentes; briga por justiça
e pelo fim da corrupção; quer alimento e educação de qualidade; anseia por
segurança e melhoria na saúde; enfim, repitamos, o mundo mudou. A vida humana
se libertou dos tabus e aderiu crenças mais maleáveis, lights.
Em outras palavras, o Papa
Francisco aderiu àquilo que a sociedade também aderiu. O “Chico”, conforme
carinhosamente vem sendo chamado, deu à Igreja a cara do povo. Porque ser
Igreja é ser povo sim! A nova administração católica veio como um tsunami que
lavou as crenças antigas, dando um brilho nas novas e, consequentemente,
aflorando os sentimentos e sensações dos fiéis, sejam eles das mais variadas
religiões.
O que as outras religiões têm a
ver com isso? Tem a ver que respeitaram e de alguma maneira contribuíram para o
evento, direta ou indiretamente. Alguns fiéis de outras igrejas, por exemplo,
receberam os peregrinos católicos em suas casas, servindo como colaboradores,
como ovelhas do bem.
A JMJ serviu como vertente para
escancarar, ou introduzir no subconsciente das pessoas, que a Igreja Católica
está disposta a ser mais maleável. Quis mostrar que a mulher é sim dona do seu
próprio corpo e que todo mundo pode optar pela opção sexual que lhe fizer mais
feliz. E, principalmente, plantou nas mentes que rótulos apenas embalam
pessoas, mas o importante é a construção de um caráter sólido, carregado de
bons princípios.
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