quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O dono da sanfoninha

De família circense, o Jornalista Mário Motta se destacou nas atividades humanas e de liderança e hoje é um dos maiores nomes da comunicação em Santa Catarina

Tudo começou num olhar discreto e criativo para aquilo que tendia a ser o mais iluminado e interativo de todos os ambientes. Onde os palhaços inspiram risadas e os trapezistas esbanjam espetáculos, formou-se o dono da sanfoninha. O menino que nasceu junto com o grupo circense, em 25 de março de 1952, em Santo André, no estado de São Paulo, era filho dos donos, os veteranos artistas do rádio paulista, Mário Pinto da Motta e Nair de Campos Motta, conhecidos como Motinha e Nhá Fia.

O circo que levava o apelido dos pais de Mário Pinto da Motta Júnior foi a maior faculdade de vida do pequeno artista. Com o grupo, e o irmão mais novo Gilberto Motta, que viajou o Brasil por quinze anos, o menino teve seu primeiro número nos espetáculos definido a partir dos quatro anos, quando ganhou uma sanfoninha de quatro baixos, fabricada em Santa Catarina.

Dividindo o estudo primário nas escolas das cidades que passava, o garoto do circo chegou a trocar de escola quinze vezes por ano. Foram mais de quatrocentas cidades visitadas durante este período. Mas diante da necessidade de se dedicar aos estudos, a família largou as atividades circenses e fixou residência em Tupã, também em São Paulo. E foi justamente na mesma época que a família adquiriu um hotel que seria a fonte de trabalho por muito tempo.

Do circo para o esporte e a imprensa

O contato com as pessoas parecia se tornar ainda mais necessário para Mário. Na Escola Superior de Educação Física da Alta Paulista, o garoto que recém havia saído do circo integrou a primeira turma de formandos daquela instituição no ano de 1973. E, em 1974 foi convidado para lecionar na segunda turma do curso, sendo escolhido Patrono da turma.
Ainda em Tupã, o pai voltou para as ondas do rádio. Por um hobby, apresentou o programa “No tempo do Motinha”, que trazia as músicas da então velha guarda para o público. Nesta oportunidade e diante das visitas aos estúdios, Mário começou a gravar comerciais e se identificar com a atividade radiofônica.

Em 1974, Mário se mudou para a região serrana de Santa Catarina, fixando residência por dois anos na cidade de Lages. Aprovado em um concurso público em São Paulo, Mário Motta deixou as atividades no estado catarinense no início de 1977.

Foi lecionar Educação Física em Mauá. Na mesma época treinou a equipe masculina de Voleibol do Clube de Regatas Tietê de SP. E para não ficar distante da comunicação, integrou a equipe esportiva da Rádio Emissora ABC de Santo André.

Após rápido retorno à Tupã para acompanhar os últimos meses de vida de seu sogro que faleceu em seguida, voltou a trabalhar agora como Diretor Artístico, na emissora onde havia iniciado sua carreira, a Rádio Piratininga. Mas, Mário continuava insatisfeito por ter deixado Lages, cidade pela qual teve tamanha paixão despertada. E após receber inúmeras propostas de trabalho, retornou para Santa Catarina no final do ano de 1980. E desde que retornou à Lages no início dos anos 80 decidiu priorizar a carreira jornalística transformando-se num dos mais renomados comunicadores da imprensa catarinense.

Já em Santa Catarina, liderou a TV Planalto, afiliada do Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT, sendo o coordenador de jornalismo da sucursal da capital, Florianópolis, inaugurada no mesmo período.

Poucos meses depois, diante do destaque que obteve nos trabalhos, foi convidado para trabalhar na RBS TV, afiliada da Rede Globo de Comunicações no Estado.

A família

Há 37 a também professora de Educação Física e artista plástica Glória Lúcia Caetano Corrêa Neto Motta, curiosamente filha de jornalista, é parceira de Mário Motta nesta longa e brilhante jornada. E para se complementarem por definitivo tiveram dois filhos, Mário Aleixo, 35, e Maria Carolina, 33, ambos bacharéis em Turismo e Hotelaria.

Mas afinal, quem é o dono da sanfoninha na imprensa catarinense?

Mário Motta é um dos grandes nomes da imprensa catarinense. Há 27 anos é âncora do Jornal do Almoço, na RBS TV. É há 17 locutor e comentarista da Rádio CBN Diário. Além disso, escreve para jornais que pertencem ao Grupo RBS, como o Hora de Santa Catarina. Mediou grandes e importantes debates políticos, coberturas de eleições, carnavais e os mais variados eventos no Estado. E até hoje continua dedilhando o teclado de sua estimada companheirinha de quatro baixos. Agora como hobby, é claro.


Matéria feita para publicar no Jornal Extra, que é elaborado pelos acadêmicos do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da UNISUL de Tubarão.
Esta mesma matéria precisou ter a quantidade de caracteres adaptado para ser inscrita no PLUS Festival, o festival acadêmico da mesma universidade. E foi premiado na categoria Reportagem Impressa .

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