Doença: maioria dos casos acontecem com cães de
rua. A prevenção é feita com vacinação
Pústulas na barriga e infecções
oculares ou pulmonares são os sintomas iniciais que podem indicar contágio de
cinomose. A doença infectocontagiosa começou com poucos casos no Centro de
Garopaba, no final de 2011. Hoje, pouco mais de oito meses depois, já
disseminou e matou quantidade incontável de cães. Para os veterinários, é
considerada uma epidemia. E para os donos, a perda do bichinho amigo.
A maioria dos casos da doença,
segundo o veterinário Carlos Eduardo Ghisleni, ocorre com os cães de rua. O
contágio nos animais domésticos pode acontecer, principalmente, pelo costume
que alguns donos têm de liberá-los dos cercados para passeios.
Com a baixa da imunidade do
organismo do animal e sem a pontualidade na realização das vacinas, o contágio
é facilitado. O Canine Distemper Vírus,
que é causador da cinomose, age na célula do sistema nervoso central. E as
reações são diversas. Os primeiros sintomas, de acordo com Ghisleni, são
conjuntivite, pústulas na barriga e infecções pulmonares. Aos poucos os
movimentos musculares ficam comprometidos e pode haver, inclusive, a perda de
movimentos nervosos.
- Não dá para prever quanto tempo
a doença age. O cão pode suportar de 20 a 60 dias, porque é uma evolução
individual, então depende de cada caso – salienta o especialista.
A cinomose, entretanto, pode ter
cura se diagnosticada de início e feito tratamento adequado. Ghisleni alerta
que cerca de 40% dos casos podem ser curados. O cão pode apenas ter que conviver
com algumas sequelas, sem possibilidade de disseminá-la. Mas a prevenção,
segundo o veterinário, é a melhor alternativa.
- Se o cachorro estiver vacinado,
a imunidade dele vai estar mais alta. Isso vai dificultar que ele seja
contagiado. E ele pode até ter contato com algum infectado sem risco – explica.
A vacinação é o método utilizado
para a prevenção. São três aplicações, a partir dos 45 dias de vida do animal
de estimação. As doses devem ser repetidas a cada ano para garantir a
estabilidade imunológica, de acordo com o veterinário.
O grande amigo que se foi
Há três anos Xauxau era o fiel
amigo de Vanessa Rosa dos Santos. Mas há pouco mais de um mês o cachorro ativo
passou a ter pus nos olhos, não comer e sequer levantar. Aos poucos foi
emagrecendo e preocupando a dona. Até que foi levado ao veterinário e dado o
diagnóstico: era cinomose.
Entre tratamentos e tentativas de
reagir à doença, Xauxau teve mais cerca de um mês de vida. Presenciando o
sofrimento, Vanessa percebeu que o sacrifício do cãozinho era a melhor
alternativa. E garante que desconhecia a doença, por isso ele não havia sido
vacinado.
- Ele não tinha a vacinação em
dia. O veterinário alegou que por isso ele teve cinomose. Nós só tínhamos dado
a primeira vacina – lamentou.
Heloiza Abreu
Matéria publicada na edição nº 15 do Jornal Impresso Catarinense.
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