segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Epidemia de cinomose é registrada em Garopaba

Doença: maioria dos casos acontecem com cães de rua. A prevenção é feita com vacinação

Pústulas na barriga e infecções oculares ou pulmonares são os sintomas iniciais que podem indicar contágio de cinomose. A doença infectocontagiosa começou com poucos casos no Centro de Garopaba, no final de 2011. Hoje, pouco mais de oito meses depois, já disseminou e matou quantidade incontável de cães. Para os veterinários, é considerada uma epidemia. E para os donos, a perda do bichinho amigo.
A maioria dos casos da doença, segundo o veterinário Carlos Eduardo Ghisleni, ocorre com os cães de rua. O contágio nos animais domésticos pode acontecer, principalmente, pelo costume que alguns donos têm de liberá-los dos cercados para passeios.
Com a baixa da imunidade do organismo do animal e sem a pontualidade na realização das vacinas, o contágio é facilitado. O Canine Distemper Vírus, que é causador da cinomose, age na célula do sistema nervoso central. E as reações são diversas. Os primeiros sintomas, de acordo com Ghisleni, são conjuntivite, pústulas na barriga e infecções pulmonares. Aos poucos os movimentos musculares ficam comprometidos e pode haver, inclusive, a perda de movimentos nervosos.
- Não dá para prever quanto tempo a doença age. O cão pode suportar de 20 a 60 dias, porque é uma evolução individual, então depende de cada caso – salienta o especialista.
A cinomose, entretanto, pode ter cura se diagnosticada de início e feito tratamento adequado. Ghisleni alerta que cerca de 40% dos casos podem ser curados. O cão pode apenas ter que conviver com algumas sequelas, sem possibilidade de disseminá-la. Mas a prevenção, segundo o veterinário, é a melhor alternativa.
- Se o cachorro estiver vacinado, a imunidade dele vai estar mais alta. Isso vai dificultar que ele seja contagiado. E ele pode até ter contato com algum infectado sem risco – explica.
A vacinação é o método utilizado para a prevenção. São três aplicações, a partir dos 45 dias de vida do animal de estimação. As doses devem ser repetidas a cada ano para garantir a estabilidade imunológica, de acordo com o veterinário.


O grande amigo que se foi
Há três anos Xauxau era o fiel amigo de Vanessa Rosa dos Santos. Mas há pouco mais de um mês o cachorro ativo passou a ter pus nos olhos, não comer e sequer levantar. Aos poucos foi emagrecendo e preocupando a dona. Até que foi levado ao veterinário e dado o diagnóstico: era cinomose.
Entre tratamentos e tentativas de reagir à doença, Xauxau teve mais cerca de um mês de vida. Presenciando o sofrimento, Vanessa percebeu que o sacrifício do cãozinho era a melhor alternativa. E garante que desconhecia a doença, por isso ele não havia sido vacinado.
- Ele não tinha a vacinação em dia. O veterinário alegou que por isso ele teve cinomose. Nós só tínhamos dado a primeira vacina – lamentou.




Heloiza Abreu
Matéria publicada na edição nº 15 do Jornal Impresso Catarinense.

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